Já pensou no porquê do nome biquíni? Ou desta peça ser desenhada de uma forma e não de outra?
Os primeiros maillot (maiôs) apareceram na primeira metade do século
XIX com a moda dos banhos de mar. Mas foi nos anos 30 que tudo mudou com
a moda dos banhos de sol, que eram prescritos pelos médicos como
indispensáveis à saúde, e porque em França começou-se a receber subsídio
de férias, o que atraiu várias pessoas à praia.
A moda do bronzeado
Coco Channel, considerada já nessa época uma mulher livre, também foi
uma das causadoras desta mudança brusca quando, após umas férias, foi
vista com um bronzeado espantoso. E é a partir desse momento que a moda
do bronzeado começou a entrar em vigor.
Inicia-se então uma saga para encontrar o fato-de-banho perfeito para
conseguir o melhor bronzeado, já que os modelos existentes tapavam o
mais possível do corpo. E, por esta razão, um novo fato-de-banho é
lançado: sem costas.
Condenado pela sociedade
Mas o biquíni foi criado mais tarde, quando o engenheiro mecânico
francês Louis Reard, a 3 de julho de 1946, apresentou a sua coleção em
Paris de trajes de banho com um modelo completamente diferente do resto
da coleção, apenas com duas peças, que chamou de “biquíni”, pois achou
tão atómico como a bomba que tinha sido testada quatro dias antes pelos
Estados Unidos da América (EUA), no Atol de Bikini, no Oceano Pacífico.
A lendária editora das revistas Harper’s Bazaar e Vogue, Diana
Vreeland, depois de assistir a este desfile de moda de Louis Reard, em
Paris, comentou que quem usar aquele modelo de duas peças iria revelar
tudo menos o nome de solteira da sua mãe.
No entanto, logo após o lançamento, esta peça foi condenada pelo Papa
Pio XII no final da Segunda Guerra Mundial por ser contra os padrões
seguidos pela igreja católica.
Estrelas de cinema não lhe resistem
As estrelas de cinema eram as maiores divulgadoras deste novo modelo
de duas peças. Com o lançamento do biquíni, surgiram algumas sex symbol,
como a francesa Brigitte Bardot, nos anos 50, que eternizou esta nova
peça no filme "E Deus Criou a Mulher" ao usar um modelo em xadrez vichy.
Relacionado com a revolução de costumes década de 60, as mulheres
adotaram o biquíni como uma forma de expressarem a sua liberdade. Nessa
época, a sensual atriz Ursula Ursula Andress usa um poderoso biquíni na
cena do filme do de James Bond, "Dr.No". Foi também nesta altura que
algumas piscinas exibiam cartazes onde se lia "Não utilizar os chamados
biquínis".
Foi então que surgiram outros modelos como o monokini, um modelo sem
soutien, apenas com dois suspensórios, e que foi criado em 1964 por Rudi
Gernreich. Posteriormente, apareceram os modelos string (fio-dental),
no Brasil onde a cultura da “bundinha” ganhou vida.
Actualmente, o biquíni é classificado como tão importante como outra
peça de roupa qualquer. Diversos modelos são produzidos e apresentados
em desfiles de moda, criando o desejo nas mulheres de adquirir todos os
anos um novo modelo.
Como recordam muitas pessoas que viveram nos anos 30 e 40, mais
propriamente no Algarve e na Madeira, era com a chegada das inglesas a
usarem o novo modelo de duas peças, que as portuguesas eram “postas de
lado” para que os namorados ficassem livres (pelo menos durante o verão)
para estar com as turistas que vestiam o recém-chegado biquíni.
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